A Incontinência Urinária, segundo a Sociedade Internacional de Incontinência, é definida como a perda involuntária de urina.
Na população geriátrica apresenta-se como uma síndrome causada por vários fatores. A interação de fatores do envelhecimento dos tecidos e de outras causas associadas tais como, doenças prévias, uso de medicamentos, declínio funcional e cognitivo podem levar à incontinência.
Essa síndrome geriátrica exerce grande impacto sobre a saúde dos idosos. A perda de urina pode levar a redução da autoestima do indivíduo e o conduzir ao isolamento social e a depressão.
O envelhecimento não é causa de incontinência mas induz algumas mudanças que tornam o indivíduo idoso suscetível ao problema. A força de contração da musculatura da bexiga, a capacidade de armazenar urina e a habilidade de adiar a micção diminuem no homem e na mulher.
A incontinência urinária é erroneamente interpretada como parte natural do envelhecimento. Ela é um estado anormal ao qual uma abordagem adequada na maioria dos casos pode ser resolvida ou melhorada.
Tipos e Sintomas
Podemos separar a incontinência urinária em transitória ou estabelecida.
A Incontinência urinária é transitória quando for reversível, isto é, ela cessa ou melhora após o controle do fator desencadeante. O uso de medicamentos inadequados, uma infecção urinária, e até constipação intestinal podem ser fatores desencadeantes e levar a perda involuntária de urina.
Das Incontinências urinárias estabelecidas a incontinência de urgência é a mais comum em pacientes idosos de ambos os sexos. Ela caracteriza-se por uma vontade súbita de urinar que ocorre em meio a atividades diárias e a pessoa perde urina antes de chegar ao banheiro.
Existe também a incontinência de esforço que ocorre por um aumento de pressão intra-abdominal superando a pressão de fechamento esfincteriano. O sintoma inicial é a perda de urina quando a pessoa tosse, ri, faz exercício, movimenta-se. Os dois tipos de incontinência citados acima podem ocorrer associados, é a Incontinência urinária mista.
Outro tipo frequente é relacionado ao esvaziamento vesical incompleto. Nos pacientes idosos do sexo masculino a principal causa de esvaziamento vesical deficiente é a hiperplasia benigna da próstata e, menos freqüentemente, o câncer prostático e as estenoses da uretra.
Diagnóstico
Com uma boa história clínica, a caracterização da perda urinária, avaliação de fatores precipitantes como presença de algumas doenças, uso de medicamentos, álcool e cirurgias prévias o médico pode fazer diagnostico de incontinência e o tipo da mesma.
Outro recurso que pode ser usado para firmar o diagnóstico é o estudo urodinâmico, um exame pouco invasivo e que registra a ocorrência de contrações vesicais e a perda urinaria sob esforço.
Tratamento
O sucesso do tratamento depende de um planejamento adequado e de uma abordagem multifatorial, que inclui primeiro a retirada de fatores precipitantes e introdução de uma terapêutica em passos com medidas não farmacológicas, medidas farmacológicas e medidas cirúrgicas.
A incontinêcia urinária é um problema de saúde frequente, subdiagnosticado e subtratado por muitos médicos que ainda interpretam o problema como normal do envelhecimento. Atribuir esse problema ao envelhecimento constitui um equivoco que pode conduzir o paciente a múltiplas situações mórbidas, a perda de convivência social e a internação em asilos.
Não pense que Incontinência urinaria é um mal inevitável, pois quando tratado adequadamente leva a um ganho na qualidade de vida dos idosos.